domingo, 20 de novembro de 2011

ao ócio, do próprio.

.
ação
nenhuma
além
da
observ
ação
nenhuma
além
.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

lembrete para um desmemoriado

vele

[de seu jeito]
[por tudo que é]
[para permanecer]

leve


--

e, de cá, meu jeito de cuidado é te lembrar.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ao ilustre pé-de-goiaba, com saudades

Se fosse um pé-de-goiaba,
nem seria tão frondoso.
Mas era uma selva, selva de Tarzan.
Lá cantavam passáros, rugiam feras,
havia cipó pra se balançar.

Se fosse um pé-de goiaba,
teria um tanto de frutas bichadas.
Mas era um barco, quase navio.
Lá o cheiro era salgado, cantavam sereias,
o vento soprava pra velejar.

Se fosse um pé-de-goiaba,
precisaria de uma poda
e, inda assim, seria o preferido do pomar.
Embaixo dele, enterrados um pingente, uma semente e outras preciosidades.
Em derredor, riso largo, mãos traquinas e pés saltitantes.

Seria quase um universo.
E ele era.

domingo, 12 de junho de 2011

verve.

Pra não falar de saudade, do azul ou de lágrima
Pra não repetir caminho, casa ou flor
Pra poupar a moça, o moço e o abraço

Pra tentar originalidade,
busquei inspiração num estranho boné preto,
o que, como podem assegurar, não vingou.

sábado, 11 de junho de 2011

céle[b]re biografia.

ela saiu, devagar, de seu berço azul anil.
caminhou,
leve.

em volta da maçã avermelhada, fez sua primeira curva.
acelerou, parecia querer chegar logo ao seu destino.
desceu, pulou e - por pouco - não voou:
estava lá, enfim!, no seio esquerdo.

seu nome era lágrima.
sobrenome, saudade.
nasceu no olhar,
[não] morreu no coração.

terça-feira, 7 de junho de 2011

um tardar, à tarde.

"tarde, moço!"
o moço tardou.
a tarde passou.

amor de picadeiro.

a malabarista apreciava tanto o abraço do acrobata
que usava tudo
- susto, frio e até dia do circo -
como relevante pretexto.